Olhão teve, desde tempos pré-históricos, indícios de povoamento que atestam a ocupação deste território. A mais antiga referência escrita a este lugar designa-o, em 1378, como lugar a que chamam Olham.
A barra à mão e a existência de água abundante teriam sido fatores decisivos para que alguns pescadores, no início do século XVII, se começassem a fixar na praia de Olhão. O povoado desenvolve-se contrariando a vontade das autoridades de Faro, a cujo termo pertencia. Para esse crescimento beneficia, a partir de meados do século XVII, da proteção da Fortaleza de S.Lourenço que, embora precária, vigiava a entrada da barra e dissuadia os ataques dos corsários.
O incremento da pesca costeira e do alto mar, assim como das trocas comerciais, provoca um grande surto populacional e, em 1695, os moradores deste lugar requerem ao Bispo a desanexação da freguesia de Quelfes, pelo que foi então criada a Freguesia de Nossa Senhora do Rosário de Olhão.
Aquando da ocupação francesa do Algarve, em 1808, surge em Olhão, a 16 de junho, um espontâneo e genuíno levantamento popular contra os abusos dos invasores. Esta revolta culmina com a expulsão dos franceses do lugar de Olhão e, por impulso, de todo o Algarve.
No mês seguinte, embarcam para o Brasil 17 homens de Olhão no Caíque “Bom Sucesso”, com a missão de levar à Corte da Colónia a novidade da expulsão. A referida tripulação levara uma missiva, extra-oficial, na qual estava descrita a audaciosa atitude que os Olhanenses tomaram nessa revolta.
A recompensa traduziu-se num Alvará com força de Lei, com que o Príncipe-Regente resolve distinguir Olhão, e os seus habitantes, passando de lugar a Vila e ordenando que “se denomine Vila de Olhão da Restauração”.
A passagem a Vila implicava a criação de um novo Concelho, dotado de autonomia local, o que só aconteceria em 1826. Nesse ano, é erigida a Câmara de Olhão criando-se, para o efeito, o lugar de Juiz de Fora que, então, presidia à Vereação.
Em 1835, a freguesia de Moncarapacho passou a fazer parte do Termo de Olhão e, no ano seguinte, a Câmara tomou posse das freguesias de Olhão, Quelfes, Pechão e parte da freguesia de Moncarapacho.
Em 1874 tem lugar uma divisão judicial de Portugal que determina a constituição definitiva do Concelho de Olhão, com as atuais cinco freguesias: Olhão. Moncarapacho, Quelfes, Pechão e Fuseta.
Com o decorrer do tempo, a pequena vila de pescadores converteu-se num grande centro económico, social e urbano de tal modo florescente que, em 1985, é elevada à categoria de Cidade. A Vila de Olhão da Restauração passa a Cidade de Olhão da Restauração.
Olhão é a sede de um município com 130,86 km² de área e cerca de 46 mil habitantes e conta com 4 freguesias. O município, que inclui uma parte continental e a Ilha da Armona, na ria Formosa, é limitado a norte pelo município de São Brás de Alportel, a norte e leste por Tavira, a oeste por Faro e a sudeste tem litoral no oceano Atlântico.
Hoje, Olhão é uma cidade cosmopolita. Um hotel de 5 estrelas, um porto de recreio, a requalificação de zonas mais degradadas e a descoberta da tipicidade desta cidade, trouxe, nos últimos anos, novos turistas, novos residentes e um crescendo na “movida” citadina.
Há inúmeros projetos em estudo e em curso, fazendo com que esta cidade de cariz piscatória até há pouco mais de 20 anos, esteja a torna-se uma verdadeira pérola, porquanto, há evolução sem perder o que a caracteriza: a ALMA OLHANENSE.
Os Mercados Municipais de Olhão, um dos ex-libris da cidade olhanense, começaram a ser construídos em 1912, sendo inaugurados quatro anos depois.
Há quase um século que são um dos postais ilustrados de Olhão e locai de visita obrigatória para turistas e residentes.
Ótimo espaço de lazer da cidade, atrai a população e visitantes para momentos de passeio e convívio. Durante o ano, decorrem neste local vários eventos de índole cultural.
O Compromisso Marítimo de Olhão alberga, atualmente, o Museu da Cidade. É um edifício de grande valor histórico e que merece uma visita até porque, para além da sua própria história, exibe durante o ano várias exposições temporárias ou permanentes sobre temas relacionados com a cidade e o concelho.
A edificação da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, atual Igreja Matriz de Olhão, iniciou-se em1698, abrindo ao culto, ainda inacabada, em 1715, sendo que o contrato para a construção da sua torre data de 1722. Na fachada pode ler-se: "À custa dos homens do mar deste povo se fez este templo novo, no tempo em que só haviam umas palhotas". Devido à sua imponência, atrai muitos olhares dos turistas que visitam a zona histórica de Olhão, na baixa da cidade, onde está situada.
A zona histórica é um dos locais 'obrigatórios' a visitar em Olhão devido à sua tipicidade e à história que encerra. O edificado cubista é único no mundo.
A réplica da embarcação original, está atracada junto aos Mercados Municipais de Olhão e permite a residentes e visitantes sentirem-se parte da história dos heroicos Olhanenses que rumaram ao Brasil para dar a boa nova ao Rei; havíamos expulsados as tropas napoleónicas e reconquistado a nossa independência.